Finanças Corporativas e o Objetivo da Empresa
Finanças Corporativas é uma área de finanças que busca estudar e estruturar a tomada de decisão financeira das empresas.
Em pequenas empresas essa tomada de decisão pode ser feita pelo próprio dono da empresa, porém, em grandes corporações as coisas ficam um pouco diferente e é mais comum haver um gerente financeiro ou CFO que utilizam desta disciplina para basear suas decisões.
Muito comumente é pensado que o objetivo do gerente financeiro é maximizar o lucro das empresas, porém, esta definição pode não ser muito precisa, já que se a empresa deixar de investir na manutenção de seus ativos, por exemplo, o lucro de determinado período estaria sendo maximizado e por outro lado, no longo prazo por exemplo, essa falta de investimento em manutenção pode ferir a habilidade da empresa de manter os seus lucros consistentes e crescentes no futuro…
Muitos podem dizer portanto que o objetivo das finanças corporativas é proporcionar uma tomada de decisão que resultará na manutenção do crescimento dos lucros de forma consistente ao longo do tempo. Entretanto, outra vez, essa não seria a melhor definição para o objetivo das finanças corporativas.
Porque se uma empresa manter seu foco apenas na maximização dos lucros e na obtenção de um crescimento constante no longo prazo pode ser que no curto ela não tome as melhores decisões para a sua sobrevivência.
Como podemos estruturar o verdadeiro objetivo das empresas?
Existem na verdade uma gama de objetivos que uma empresa pode perseguir, entre eles estão:
- Reduzir Custos
- Maximizar os Lucros
- Aumentar o Marketshare
- Aumentar as vendas/receitas
- Manter os lucros crescentes com consistência
- Sobreviver
- Evitar dificuldades financeiras
Todos esses objetivos apesar de serem diferentes caem em duas categorias.
1. lucratividade: os objetivos que caem nesta categoria buscam aumentar o retorno da empresa, seja no curto, ou no longo prazo. Entre eles estão: aumento de marketshare, aumento de receitas, maximização do lucro etc…
2. Controle do risco: a segunda categoria, pode ser definida como controle de risco. Ela é composta por objetivos que buscam se preocupar com a saúde financeira da empresa e possuem o foco de manter a sua sobrevivência.
Ao encontrar um único objetivo amplo o suficiente para estar incluído nessas duas categorias o objetivo das empresas e das finanças corporativas estaria encontrado.
Maximização de valor ao acionista
Com tudo que foi dito em conta, e partindo do pressuposto que os gerentes financeiros trabalham dentro das organizações em prol dos acionistas, a maximização de valor aos acionista seria uma alternativa de objetivo que se engloba nas duas categorias previamente apresentadas e supre as demandas estabelecidas.
Boas decisões financeiras aumentam o valor do acionista e decisões ruins irão destruir valor. Este valor pode ser capturado pelo preço das ações, ou em caso de empresas fechadas, pelo valor de mercado.
Neste caso, o que significa a maximização de valor aos acionistas?
Este termo implica, que as decisões tomadas dentro de uma organização, ultimamente, devem acrescentar valora seus donos. Ou seja, deve se acrescentado, de uma forma ou de outra, valor de mercado para a empresa.
Seja através do controle de riscos, sobrevivência, ganho de mercado ou maximização dos lucros, no curto e no longo prazo.
Controle de uma Corporação e Governança Corporativa
Foi visto acima, grandes corporações possuem gerentes financeiros e CFOs tomando conta de sua administração financeira.
Em caso de empresas de capital aberto, diferentemente de pequenas empresas onde o dono influência diretamente na tomada de decisões do dia a dia, sabe-se que seus donos são sócios anônimos, que algumas vezes podem chegar a ser milhões, e é claro, não influenciam diretamente nas tomadas de decisões do dia a dia.
Como garantir que a tomada de decisão por parte da chefia da empresa está sendo feita de acordo com os interesses dos acionistas?
Bom, isso pode ser visto através de dois ângulos diferentes: controle da firma e compensação dos administradores.
Controle da firma: apesar de em grandes corporações os acionistas não estarem diretamente no controle do dia a dia da empresa, eles ainda assim podem supervisionar e tomar ações cabíveis caso a empresa esteja percorrendo um caminho não desejado.
Isso pode ser feito porque eles possuem o poder do controle indireto, onde o gerenciamento da empresa pode ser substituido caso não esteja performando de acordo com o esperado, ou em interesse próprio.
Compensação dos administradores: a segunda forma na qual pode ser assegurado que os administradores irão agir de acordo com o interesse dos acionistas é através de sua compensação, que em sua maioria, é variável e ligada a performance financeira da própria empresa.