O Que é o Teste de Recuperabilidade?

O Teste de Recuperabilidade, também conhecido como Impairment Test, é um processo realizado na contabilidade para assegurar que os ativos exibidos no balanço patrimonial de uma empresa representem o seu valor real.

Ao realizar este processo, busca-se estimar se um ativo sofreu alguma desvalorização ou não durante determinado período e se o seu valor contábil retrata a realidade do seu valor recuperável.

Caso o valor contábil da empresa represente um montante maior do que o valor recuperável, a empresa haverá de reconhecer uma perda em suas demonstrações financeiras.

Caso o valor contábil de um ativo de uma empresa seja menor do que o valor recuperável, nada deverá ser feito, já que a contabilidade é uma ciência social conservadora.

Importante notar que o impairment test também é utilizado a fim de realizar uma revisão da vida útil de um ativo, para que sua depreciação/amortização possa ser ajustada.

 

Teste de Recuperabilidade de Ativos

Entendendo o Teste de Recuperabilidade

Existe uma regra na contabilidade que define que nenhum ativo pode ficar registrado por um benefício econômico superior ao que ele pode proporcionar.

Devido a isso, no Brasil as empresas precisam periodicamente reavaliar os seus ativos a modo de verificar se alguma desvalorização ocorreu durante um período analisado. Esta avaliação deverá ser feita sobre os ativos imobilizados e intangíveis.

Quando o teste deve ser realizado?

De acordo com a lei, ele deve ser realizado sempre que houver indícios de que um ativo está sobreavaliado.

Isto pode acontecer, por exemplo, no momento em que uma empresa interrompe um empreendimento em algum projeto ou atividade a qual o ativo se destinava.

Desta forma, o ativo não será capaz de gerar o valor pelo qual ele foi registrado, não produzindo resultados suficientes para a recuperação de seu valor.

Como Realizar o Teste de Recuperabilidade

Teste de Recuperabilidade - Plano de fundo

Como vimos ao longo deste artigo, o teste de recuperabilidade deve ser realizado quando um ativo registrado no balanço de uma empresa apresenta indícios de estar registrado por um valor excessivo.

Quando isto acontece, precisamos realizar este teste para verificar qual é o valor recuperável (valor que representa fielmente os benefícios econômicos proporcionáveis pelo ativo. Seja para uso, seja para venda.), para assim ser possível comparar este valor com o que está registrado no balanço.

Com isto em mente, o primeiro passo para realizar este teste é portanto calcular o valor recuperável, não é mesmo? Enfim, como isto pode ser feito?

Para achá-lo, precisaremos fazer duas coisas: primeiramente encontrar qual é o valor em uso do ativo, para posteriormente encontrar qual é o valor justo de venda (descontado das despesas de venda) que ele possui

Aquele que for o maior entre os dois irá se tornar o valor recuperável.

  1. Valor em uso: este é o valor que dirá quais são os benefícios que este ativo poderá trazer para a empresa com a sua utilização. Para encontrar o valor em uso de um ativo é necessário calcular qual é o valor presente de todos os fluxos de caixa futuros que ele irá proporcionar. Isto pode ser feito com o método do fluxo de caixa descontado.
  2. Valor justo: é o valor pelo qual a empresa é capaz de vender o ativo que ela possui dentro do mercado, já descontado de todas as despesas de venda (levando em conta que esta é uma transação não forçada.). Este é um valor mais fácil de encontrar já que nenhum cálculo necessita ser feito.

Pronto! A partir do momento em que foi calculado e comparado estes dois valores e encontrado o maior entre eles teremos em mãos o valor recuperável do ativo.

Agora será necessário apenas comparar este valor com o valor contábil registrado no balanço da empresa. Se ele for menor que o valor contábil, a empresa deverá reconhecer uma perda.

Se ele for maior, nada deverá ser feito.

Categorias: Contabilidade

Renan Ferreira

Graduado em Engenharia de Produção, possui o certificado CPA-20 e anos de experiência com investimentos no mercado financeiro. Trabalha há 2 anos no Banco IBM e é fundador da Sociedade do Investidor.